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Geely: A Ascensão de um Gigante Automotivo que Desafia o Futuro Elétrico e Aposta no Brasil

Categoria: Tecnologia e Desenvolvimento

A indústria automotiva global está em meio à sua maior transformação em mais de um século. A transição de motores a combustão para veículos elétricos (VEs) não é apenas uma mudança tecnológica, mas uma completa reestruturação do mercado. No epicentro dessa revolução, um nome se destaca por sua trajetória impressionante e sua audácia estratégica: Geely Holding Group. Longe dos holofotes que costumavam brilhar sobre as montadoras tradicionais da Europa e dos Estados Unidos, a Geely emergiu da China como uma força motriz, redefinindo o que significa ser um gigante automotivo no século XXI.

A história da Geely é um testemunho vivo do poder da visão e da resiliência de seu fundador, Li Shufu (李书福). Nascido em 1963 na província de Zhejiang, na China, em uma família de agricultores, Li não tinha laços com a indústria automotiva. Sua jornada empresarial começou de forma modesta, com a reparação de geladeiras e, posteriormente, a fabricação de componentes. Essa experiência inicial em um ambiente de fabricação de precisão, embora em pequena escala, plantou a semente de uma ambição que muitos consideravam fantasiosa: construir carros para o povo chinês. Aos olhos de uma China em rápido desenvolvimento, mas ainda sem uma indústria automotiva robusta, a ideia de competir com marcas ocidentais estabelecidas parecia quase impossível.

Li Shufu, o visionário fundador da Geely, cuja jornada de uma oficina de geladeiras o levou a construir um império automotivo.

A fundação da Geely Automotive Holding Ltd. em 1997 marcou o início oficial dessa jornada. Nos primeiros anos, a empresa focou em produzir carros acessíveis, priorizando a funcionalidade e o baixo custo para atender a uma classe média chinesa em franca expansão. Seus modelos iniciais, como o Geely HQ e o Haoqing, podem não ter sido reconhecidos por seu design ou tecnologia de ponta, mas eram um símbolo de progresso e mobilidade acessível para milhões de famílias. Essa estratégia permitiu que a Geely construísse uma base sólida de clientes e, mais importante, acumulasse o conhecimento e o capital necessários para sonhar mais alto.

O grande salto para a Geely no cenário global aconteceu em 2010, com a audaciosa aquisição da Volvo Cars da Ford Motor Company. Em um momento em que a indústria automotiva global ainda se recuperava da crise financeira, a Geely investiu bilhões na marca sueca. Muitos especialistas expressaram ceticismo, duvidando que uma empresa chinesa inexperiente pudesse gerir uma marca premium de renome global. No entanto, Li Shufu e sua equipe provaram que os céticos estavam errados. A Geely concedeu autonomia à Volvo, permitindo que a marca sueca mantivesse sua identidade, seus padrões de segurança e sua expertise em engenharia, mas fornecendo o capital e o apoio necessários para inovar e crescer. A Geely não apenas salvou a Volvo, mas a impulsionou para um novo patamar, transformando-a em uma das líderes da eletrificação no mercado de luxo.

A parceria estratégica que revitalizou a Volvo e lhe deu o impulso necessário para liderar a eletrificação premium.

O portfólio de marcas da Geely se tornou um verdadeiro ecossistema automotivo, com cada marca ocupando um nicho estratégico e complementando as demais. A Geely não queria ser apenas “mais uma montadora”, mas uma holding diversificada e global. Sua estratégia de aquisições e lançamentos de marcas continuou, consolidando sua posição como uma das empresas mais influentes do setor. Entre as marcas notáveis que fazem parte da Geely Holding, encontramos:

  • Lynk & Co: Posicionada como uma marca jovem e conectada, a Lynk & Co foca em design moderno e modelos híbridos e elétricos, com um modelo de assinatura de veículos que desafia a posse tradicional.
  • Polestar: Nascida como a divisão de alta performance da Volvo, a Polestar se tornou uma marca premium de veículos elétricos puros, com foco em design minimalista, sustentabilidade e tecnologia de ponta.
  • Lotus: A icônica fabricante britânica de carros esportivos de alta performance foi adquirida pela Geely, que a está transformando para a era elétrica, mantendo a leveza e a dinâmica de condução lendárias da marca.
  • LEVC (London Electric Vehicle Company): Responsável pela fabricação dos icônicos táxis pretos de Londres, a LEVC é agora focada em veículos comerciais elétricos leves e soluções de mobilidade urbana.
  • Zeekr: Uma das apostas mais recentes e promissoras da Geely, a Zeekr é uma marca premium de veículos elétricos inteligentes, posicionada para competir diretamente com líderes de mercado como a Tesla e a Porsche Taycan.
  • Farizon Auto: Dedicada exclusivamente ao desenvolvimento de veículos comerciais elétricos e movidos a novas energias, a Farizon atende ao crescente mercado de logística sustentável.
  • Smart: Em uma joint venture com a Mercedes-Benz, a Geely é responsável pela engenharia e produção da nova geração de veículos elétricos da Smart, combinando a tecnologia da Geely com o design da Mercedes.

O portfólio diversificado da Geely, que vai de carros esportivos de luxo a veículos comerciais elétricos.”]</div>

A transição para a eletrificação tem sido a grande prioridade estratégica da Geely. A empresa investiu pesadamente em pesquisa e desenvolvimento, construindo uma arquitetura de veículos elétricos modular e escalável, a Sustainable Experience Architecture (SEA). Essa plataforma não apenas serve de base para muitos dos seus próprios veículos elétricos, como também é utilizada por outras marcas do grupo, garantindo sinergia, economia de escala e um rápido desenvolvimento de novos modelos. Essa dedicação à inovação permitiu que a Geely se tornasse uma das maiores desenvolvedoras de tecnologia de baterias, sistemas de propulsão e software de conectividade do mundo.

A chegada dos veículos elétricos da Geely ao Brasil em 2025, com modelos promissores sob diferentes marcas do grupo, representa um novo e emocionante capítulo no mercado automotivo brasileiro. A Geely não chega apenas com a intenção de vender carros, mas com a ambição de se estabelecer como um player de peso na transição energética do país.


A Oportunidade Geely no Brasil: Ganhos Estratégicos e Econômicos

A possibilidade de a Geely não apenas importar, mas também fabricar carros em solo brasileiro, é um tópico de grande interesse e um potencial catalisador para a economia e a indústria nacional. Se a Geely decidir seguir esse caminho, os ganhos para o Brasil iriam muito além da simples venda de veículos, gerando um impacto positivo em diversas frentes.

Uma fábrica da Geely no Brasil: o potencial para impulsionar a economia e a inovação.

Criação de Empregos e Desenvolvimento Industrial

A instalação de uma fábrica de veículos elétricos de uma gigante como a Geely geraria um impacto direto e significativo no mercado de trabalho.

  • Empregos Diretos e Indiretos: Seriam criados milhares de empregos diretos na fábrica, desde a linha de montagem até a gestão, engenharia e administração. Além disso, a presença da Geely impulsionaria a cadeia de suprimentos local, gerando empregos indiretos em empresas de componentes, logística, serviços e tecnologia.
  • Capacitação Profissional: A Geely traria para o Brasil o que há de mais avançado em tecnologia de produção e engenharia de veículos elétricos. Isso exigiria a formação de uma mão de obra altamente qualificada, impulsionando o desenvolvimento de talentos locais em áreas como engenharia de baterias, software automotivo, eletrônica de potência e montagem de alta precisão. Escolas técnicas e universidades brasileiras seriam incentivadas a adaptar seus currículos para atender a essa nova demanda.

Incentivo à Inovação Tecnológica e Ecossistema de VEs

A presença da Geely atuaria como um forte catalisador para a inovação no setor de VEs no Brasil.

  • Desenvolvimento de Componentes Nacionais: A Geely incentivaria a nacionalização de componentes, desde plásticos e vidros até peças mais complexas como chicotes elétricos, sistemas de arrefecimento e, futuramente, até mesmo a produção de células de bateria em solo brasileiro. Isso reduziria a dependência de importações e fortaleceria a indústria nacional.
  • Estímulo à Infraestrutura de Recarga: A chegada de uma grande montadora de VEs fomentaria o investimento em infraestrutura de recarga. A Geely teria um interesse estratégico em ver a rede de carregadores do país crescer, o que poderia levar a parcerias com empresas de energia e tecnologia para acelerar a expansão da rede.
  • Transferência de Conhecimento: A expertise da Geely em plataformas modulares como a SEA, tecnologia de baterias e software de veículos seria uma valiosa fonte de conhecimento para a indústria brasileira, elevando os padrões de produção e engenharia do país.

Atração de Investimentos e Fortalecimento da Economia

Uma fábrica da Geely no Brasil seria um forte sinal de confiança no mercado, atraindo mais investimentos.

  • Atração de Investimento Direto Estrangeiro: A decisão de investir em uma fábrica no Brasil atrairia um fluxo significativo de investimento direto estrangeiro (FDI), que seria vital para o crescimento econômico e a estabilidade do país.
  • Aumento das Exportações: Com o Brasil como base de produção, a Geely poderia exportar seus veículos elétricos para outros mercados da América Latina. Isso aumentaria as exportações brasileiras e fortaleceria a posição do país como um centro de produção automotiva regional.
  • Integração Global: A Geely já possui uma rede global de produção e parceiros. Uma fábrica no Brasil integraria o país a essa rede, facilitando a troca de tecnologias e o acesso a novos mercados globais.

Sustentabilidade e Meio Ambiente

A fabricação de veículos elétricos no Brasil alavancaria a agenda de sustentabilidade do país.

  • Redução da Pegada de Carbono: Ter a produção local de VEs significaria menos emissões de CO2 do transporte de veículos importados. Além disso, a Geely tem um histórico de investir em tecnologias de produção limpa, o que elevaria os padrões de sustentabilidade da indústria local.
  • Fomento à Produção de Energia Limpa: O aumento da frota de VEs demandaria mais eletricidade. O Brasil, com sua matriz energética majoritariamente limpa (hidrelétrica), estaria em uma posição privilegiada para se beneficiar, incentivando ainda mais investimentos em energias renováveis para atender a essa nova demanda.

Em suma, a chegada da Geely ao Brasil, especialmente com a possibilidade de produção local, não é apenas sobre a entrada de uma nova marca de carros. É a oportunidade de impulsionar a indústria, gerar empregos, atrair investimentos e posicionar o Brasil na vanguarda da revolução da mobilidade elétrica. A jornada da Geely, desde uma pequena oficina até uma potência global, é uma história inspiradora que pode agora ter um novo e promissor capítulo escrito em solo brasileiro.

O futuro já está aqui: os modelos da Geely que chegarão ao Brasil em 2025 prometem redefinir o mercado de veículos elétricos.


Linha do Tempo da Geely Holding Group

  • 1986: A Geely é fundada por Li Shufu em Taizhou, China, inicialmente como uma fabricante de peças para geladeiras.
  • 1994: A empresa expande suas operações para a indústria de motocicletas, fabricando e vendendo veículos na China.
  • 1997: Geely entra na indústria automotiva e a Geely Auto é oficialmente fundada.
  • 1998: O primeiro veículo da Geely Auto sai da linha de produção, marcando o início de sua jornada como montadora.
  • 2001: Geely recebe uma licença das autoridades chinesas e se torna a primeira fabricante de carros privada na China.
  • 2002: O crescimento em popularidade e vendas faz com que a Geely Auto entre para o ranking das dez maiores montadoras da China.
  • 2005: A Geely Auto é listada na Bolsa de Valores de Hong Kong, um passo importante para sua expansão internacional.
  • 2010: A Geely Holding Group adquire 100% das ações da Volvo Car Corporation da Ford Motor Company, em um movimento que mudou o seu status global.
  • 2012: A Geely Holding Group entra pela primeira vez na lista Fortune 500, solidificando sua posição como um gigante global.
  • 2013: O grupo adquire 100% dos ativos da Manganese Bronze, fabricante dos táxis pretos de Londres, que mais tarde se tornaria a LEVC.
  • 2017: A Geely Holding Group adquire 49,9% das ações da Proton e 51% da icônica fabricante de carros esportivos Lotus. No mesmo ano, lança a marca Lynk & Co, focada em um público jovem e digital.
  • 2018: A Geely adquire uma participação de 9,69% na Daimler AG, a controladora da Mercedes-Benz, tornando-se o seu maior acionista individual.
  • 2021: A Geely e a Daimler lançam uma joint venture para a marca Smart, focada em veículos elétricos. A Geely também lança a Zeekr, uma marca premium de veículos elétricos inteligentes.
  • 2022: A Geely lança o seu primeiro satélite, o Geely-01, como parte da sua estratégia para construir uma constelação de satélites para fornecer conectividade de alta precisão para veículos.
  • 2023: A Geely adquire uma participação na Aston Martin, fortalecendo sua presença no segmento de veículos de luxo e alta performance. A empresa continua expandindo o alcance global da marca Zeekr, com a entrada em novos mercados na Europa.
  • 2024: A Geely Holding Group anuncia a formação de uma nova empresa para desenvolver e vender veículos elétricos modulares, a Galaxy, com foco em veículos premium e de luxo. A parceria com a Volvo é reforçada com o desenvolvimento de novas tecnologias compartilhadas para a próxima geração de veículos.

Links

https://www.geelybrasil.com.br

https://global.geely.com

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João Júnior
João Júnior
4 meses atrás

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